sábado, 19 de março de 2011

Ofusca Letrado com Som 3: Sangue

Chico (Pernambuco, julho de 2009)

Sangue meu rega terras onde os olhos já apagaram poeira

E aquece frios ventres um dia de toque cálido-tenro-protetor

Transfunde-se em artérias – fica

Fico eu

Fincam-se a ele

Sonhos mútuos em anagramas pelo vento...

Esguicha, bole com a razão

Mas despenca – santa gravidade

Alimento compartilhado

Escambo escarlate

Híbrido, pois

Ramificações propagam-se num ritmo hemorrágico

Como quentes afluentes esticados

Mas não elásticos

Rebentos de um músculo elástico

Mas nem tanto!

O perímetro aumenta

Leva-me em perspectiva

Novos rebentos, fragmentos meus

Mais sangue para não secar

O coração espreme ritmado

Rege o tom do silêncio

Pulso vivo...

Rubro sangue meu

Retorna para mim

Traz-me consigo



Postagem acompanhada de Inezita Barroso, no Viola Minha Viola

Um comentário:

  1. Oi, Pri! Valeu pelo comentário lá no meu blog! Continue visitando! Anônima ou publicamente! :)

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